A retrospectiva é um componente crítico da jornada de qualquer equipe para obter alto desempenho, normalmente elas são mais comuns em equipes de desenvolvimento de software que utilizam metodologias ágeis, mas é uma prática que indico para qualquer equipe de trabalho.
Estruturas e processos ágeis são baseados nos pilares da inspeção e adaptação, bem como na transparência através de ciclos rápidos de feedback, e retrospectivas ajudam a fortalecer esses pilares. Muitas vezes as retrospectivas são vistas como uma cerimônia temida, mas o ideal é que elas sejam realizadas pelas equipes regularmente.
O Princípio 12 do Manifesto Ágil diz o seguinte:
“Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz e então refina e ajusta seu comportamento de acordo”.
É possível fazer isso realizando retrospectivas regularmente, mas infelizmente as equipes, novas ou experientes, costumam achar difícil executar uma retrospectiva eficaz.
Edward De Bono, guru do pensamento criativo, dedicou sua vida a criar ferramentas simples para melhorar o pensamento e também desafiar a suposição de que o pensamento é um processo natural, mas uma habilidade que pode ser aprendida e aprimorada. Uma dessas ferramentas é o seu Os Seis Chapéus do Pensamento (The Six Thinking Hats) – um processo simples e eficaz que ajuda as pessoas a serem mais produtivas, focadas e atentas.
Os Seis Chapéus do Pensamento (The Six Thinking Hats) é uma prática para explorar, desenvolver e implementar ideias.
Essa prática é utilizada por indivíduos e grupos para separar estilos conflitantes de pensamento. Eles permitem e incentivam um grupo de pessoas a pensar construtivamente em conjunto na exploração e implementação da mudança, em vez de usar argumentos para brigar por quem está certo e quem está errado.
Publicado pela primeira vez em 1985, Os Seis Chapéus do Pensamento (The Six Thinking Hats), de Edward de Bono, é um livro de gerenciamento cujas sugestões são tão relevantes para o pensamento e a tomada de decisões bem-sucedidas hoje quanto eram quando o livro foi publicado.
Edward de Bono descreve um método estruturado que fornece uma maneira de ser mais imparcial à medida que avaliamos ideias, seja como indivíduo ou como equipe. Os rótulos que ele atribui a cada modo de pensar fornecem um código útil para as pessoas trabalharem juntas de maneira eficaz em cenários de decisão.
A prática funciona da seguinte maneira: o problema é dividido em seus diferentes aspectos (chapéus). Em cada momento, o grupo “veste” o chapéu escolhido pelo facilitador e direciona o pensamento de acordo com o ponto de vista determinado pela cor do chapéu.
É bem simples, mas antes de explicar mais sobre a parte prática, vamos entender qual estilo de pensamento cada chapéu representa.
O chapéu azul define a agenda, o foco e a sequência, garante que as diretrizes sejam observadas e solicita resumos, conclusões, decisões e planos de ação. Esse chapéu é usado durante todo o processo pelo facilitador, pois representa a orientação, o planejamento e a visão geral. Não tem foco no tema, mas sim em como ele é discutido, mantendo a direção certa do grupo. É também com esse chapéu que são feitos os resumos das questões levantadas e de suas soluções, bem como a conclusão do processo.
O chapéu verde é para o pensamento criativo e gerar novas ideias, alternativas, possibilidades e conceitos. Aqui acontecem processos como brainstorming, a fim de gerar soluções alternativas e apresentar possibilidades. É interessante que todos apresentem suas ideais para o problema, mesmo que sejam “absurdas” e fujam da realidade.
O chapéu preto refere-se a cautela, perigos, dificuldades, fraquezas e potenciais problemas. É usado para julgamento crítico e identificação de riscos; onde as coisas podem dar errado. Essa etapa do processo é de extrema importância, pois faz com que os planos se fortaleçam e se tornem mais funcionais.
Você pode fazer o download das cartas contendo os 6 chapéus do pensamento no final desse texto, acho uma ótima forma de mostrar para o grupo qual é o chapéu que será “usado” na sequência. Faça o download do PDF e imprima em um formato adequado.
A sequência dos chapéus é dada pelo facilitador, de acordo com sua necessidade, podendo repetir quantas vezes for preciso até chegar numa conclusão plausível. Minha sugestão é a seguinte:
Outras dicas importantes:
A Transparência é essencial para qualquer reunião, é essencial que tenhamos a possibilidade de deixar claro para nossos colegas as nossas opiniões e também possíveis problemas. Os Seis Chapéus do Pensamento ajudam nesses dois aspectos.
Quanto todos participam ajudando a resolver um problema o engajamento é muito maior, as pessoas conseguem identificar o Propósito por trás das atividades que serão realizadas posteriormente.
A prática dos Seis Chapéus do Pensamento possibilita que todas as pessoas da equipe tenham voz para dar sua opinião, colaborar e expressar seus sentimentos da mesma forma.
A utilização dos Seis Chapéus do Pensamento faz com que todos os integrantes da equipe interajam, mesmo aqueles mais tímidos ou que normalmente não participariam muito. Com o uso dessa prática a equipe vai acabar conversando e se conhecendo muito melhor, aumentando assim a capacidade de trabalho em equipe.
A prática Os Seis Chapéus do Pensamento (The Six Thinking Hats) vai ajudar em vários aspectos na cultura da sua equipe de trabalho, ela pode ser realizada de forma presencial ou remota.
Espero que tenha gostado das dicas e também da leitura.
Um grande abraço e até a próxima!